quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O NUPSS e a construção do Plano de Carreira Profissional: por uma nova agenda dos TRABALHADORES DO SUAS

A LUTA DOS TRABALHADORES DO SUAS

Por Beatriz Augusto de Paiva - Assistente Social e Professora-doutora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina. É pesquisadora do Instituto de Estudos Latino-Americanos – IELA/UFSC.

Assim, é fato marcante do processo histórico brasileiro a desigualdade social e sua face obrigatória, a violência criminal no campo e nas periferias, destruindo famílias e a juventude, relegando as classes populares à moradias precárias, semeando territórios abandonados e coagidos pelo narcotráfico, induzindo à dependência química e aos múltiplos sofrimentos mentais decorrentes. O cotidiano de destituições e de opressões integra uma rotina e formas de existência que não pode ser banalizada, nem muito menos explicada por teses simplistas.

Portanto, é ponto primordial da agenda dos trabalhadores sociais a apropriação teoricamente crítica e politicamente comprometida desses processos estruturais e de suas expressões cotidianas e locais, de forma que a ação dos serviços socioassistenciais se converta em programática conscientizadora e organizadora das formas de luta e de transformação coletiva das condições de vida imediata das populações com as quais atuamos.

Face o exposto, é importante ressaltar que vivemos no Brasil uma trajetória paradoxal, mas decisiva em termos da ultrapassagem do legado da precarização e do improviso, da omissão e da transferência de responsabilidades no campo das políticas sociais, não obstante as dessemelhanças e falta de sincronia nos processos políticos que as impulsionam e das contradições estruturais que ainda debilitam as políticas públicas em nosso país.

Ainda é cedo para comemorar, a disputa com os setores comprometidos com o capital e que impulsionaram as formulações contra-reformistas dos direitos sociais segue aberta, mas com perspectivas.

Onde era quase exclusiva a preocupação com a contenção do gasto social, geradora de uma grave omissão estatal, especialmente quando as políticas sociais eram destinadas às maiorias mais necessitadas, temos hoje responsabilidades novas e pujantes.

O SUAS é uma porta aberta na direção de uma proteção social distendida, sensível à pobreza e às amplas necessidades coletivas, que herdamos confinadas ao gueto da focalização extremada. Por esta razão, não se trata mais de acatar no debate sobre o SUAS - e sobre os desafios do trabalho social crítico e com qualidade - que o tema da pobreza e da desigualdade seja apartado da sua dimensão estrutural, permanecendo confinado como um problema da esfera do consumo e da estrutura familiar.

Se não rompermos com o passado da assistência social como ação pontual, improvisada e lateralizada nas franjas das demais políticas sociais, as respostas em termos dos serviços serão tópicas e superficiais. Nesta visão conservadora, na medida em que a pobreza é aguda e questão explosiva, o melhor mesmo é esterilizá-la, sobrepondo ações diversas e pulverizadas, restritas a atendimentos individualizados e metodologias tuteladoras que não atentem para a raiz da questão social,e para as tarefas de trabalho coletivo e organizativo da participação popular em cada território.

Nesta tradição, ainda vigente, o risco de se atuar na lógica do ajustamento de comportamentos individuais não é pequeno, haja vista a manutenção dos esquemas terapêuticos, ajustadores de conflitos, controladores da rebeldia e moduladores de condutas pacificadas.

Os mecanismos de desmobilização e de subalternização que descredenciam a socialização do poder junto aos segmentos populares, são fartamente conhecidos. Entretanto, um projeto democrático-radical dos trabalhadores do SUAS deve insistir na participação popular como eixo da política pública, sem a qual não se opera a ruptura com a lógica que desabilita o caráter protagônico das massas e que dá sustentação à dominação de classes.

Esta agenda é nossa, dos trabalhadores, primordialmente: formular com a população e consolidar politicamente os serviços socioassistenciais numa articulação orgânica com outras medidas complementares de garantia do exercício do protagonismo da população e da emancipação dos indivíduos e grupos sociais subalternalizados.

Portanto, a luta dos trabalhadores sociais na reivindicação de seus legítimos direitos está creditada ao avanço político do SUAS, sem o qual não haverá condições dignas de trabalho, vez que são subordinadas às condições de oferta da própria política pública para a população.

Por esta razão, cabem aos trabalhadores sociais do SUAS o desencadeamento de estratégias coletivas com os setores populacionais e os movimentos sociais populares para a imperiosa luta pela articulação de amplo e consistente sistema de atenção e proteção no âmbito das necessidades humanas sociais, o qual contemple a contribuição decisiva das ações socioassistenciais, educacionais e políticoculturais.

É tempo, contraditoriamente, de dificuldade de mobilização dos movimentos sociais, quanto mais de participação dos sujeitos individuais nos territórios que partilhamos e nos serviços que desenvolvemos.

As transformações econômico-sociais das últimas décadas tornaram mais difícil a reprodução material da grande maioria da população no dia-a-dia do trabalho superexplorado. A dura realidade da vida, que marca o cotidiano de eventos mais penosos do que realizadores, cria muitos desafios à luta política dos usuários e dos trabalhadores, em sues ramos de atuação e nas causas gerais e estruturais.

Mas este trânsito histórico não se encerra numa fatalidade, os óbices para a participação não são incontornáveis. Ou seja, há transformações e lutas a serem desencadeadas, e o serão, uma vez que em toda parte do mundo globalizado a crise econômica e as opressões estão insustentáveis.

Por mas que a indignação com a desigualdade e injustiça seja metamorfoseada em resignação, por mais que a dificuldade de reproduzir a vida não gere condições automáticas para conscientização e mobilização, capazes de nutrir de convicção e estímulo a expectativa para a participação, aí sim é mais urgente e necessário o trabalho da política de assistência social na perspectiva do protagonismo popular, se pretendemos dotar de possibilidades a luta contra a desigualdade e a favor da garantia de direitos sociais plenos e universais, não só aos usuários, mas aos trabalhadores do SUAS e não só, também à classe trabalhadora em seu conjunto, no mesmo diapasão e processo.

A convicção é clara: o movimento é estrutural a luta é coletiva e política. Os serviços socioassistenciais não estão deslocados deste contexto, portanto.  

(Disponível http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/eventos/assistencia-social/viii-conferencia-nacional-de-assistencia-social - CADERNO_DE_TEXTOS_26.07.2011-1.pdf acesso 26/10/2011 p. 22/23)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nupps agora em versão On-line!


Núcleo de Profissionais de Serviço Social da Região Serrana – NUPSS
 Um pouco de História: O Núcleo de Profissionais de Serviço Social da Região Serrana – NUPSS iniciou-se através da eleição de uma associação, no dia 15 de dezembro de 1995, com a presença de 21 profissionais, onde todos contribuíram com seu voto favorável à chapa que concorria à gestão da associação.
Porém, somente no dia 08 de fevereiro de 1996 que toma posse a primeira diretoria do NUPSS (GESTÃO 96/98), composta por uma presidente, uma vice-presidente, duas secretárias, duas tesoureiras, conselho fiscal, membro efetivo, e dois suplentes, tendo como Plano de Trabalho:
§  Registrar o Estatuto do núcleo e reconhece-lo enquanto entidade civil de direito privado;
§  Filiar todos os Profissionais no núcleo;
§  Discutir junto aos filiados diretrizes de atuação da Diretoria frente a entidade;
§  Organizar o núcleo visando os pré-requisitos da LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social), como forma de garantir o espaço do Assistente Social no desenvolvimento das Políticas Públicas;
§  Promover cursos, seminários, palestras visando reciclar e aperfeiçoar as ações das Assistentes Sociais;
§  Participar ativamente do desenvolvimento das políticas sociais do município de Lages e Região.
 A diretoria foi apresentada após um cerimonial, contando com o prestígio de autoridades, assistentes sociais das mais diversas entidades da cidade de Lages e Região, e do Conselho Regional de Serviço Social do Estado de Santa Catarina (CRESS – 12ª Região), totalizando 47 presentes. (em 03 de novembro de 1997, em uma Assembléia Extraordinária, foi efetivada a troca dos cargos de Presidente, 1ª Secretária e membro do Conselho Fiscal). Em 27 de novembro de 1998 foi realizada a eleição da segunda diretoria (GESTÃO 99/01). Em 2002, realizaram-se novas eleições do NUPSS, (GESTÃO 2002/2004), Após estes primeiros anos de caminhada da categoria profissional de Assistentes Sociais rumo à estruturação do Nupss, foram eleitas mais três gestões: (GESTÃO 2004/2006), Gestão (2007/2008), Gestão 2009/2010 com o lema “Somando Forças e Ampliando Conquistas”. E a atual GESTÃO (2011/2012) com o lema:  REFORÇAR A UNIÃO PROFISSIONAL ENFRENTANDO DESAFIOS.

Necessidades Históricas: O NUPSS nasceu da necessidade dos profissionais de Serviço Social, de se organizarem e colaborarem no desenvolvimento das Políticas Públicas, além de ter como intuito unir a categoria em prol do fortalecimento da classe, aperfeiçoamento profissional, bem como apoio e promoção social, possibilitando assim uma maior politização e consequentemente aumentando a eficiência e eficácia das ações desenvolvidas em cada campo de atuação dos Assistentes Sociais de Lages e adjacências. (Texto adaptado do resgate histórico apresentado para conclusão da disciplina de Estágio Supervisionado, no 7º Semestre, Curso de Serviço Social, da Universidade do Planalto Catarinense (2009) da acadêmica Suyan G. do Nascimento).

Atualidade Contemporânea: As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Serviço Social contemporâneo, segundo Marilda Villela Iamamoto (Assistente Social, Doutora em Ciências Sociais), “Vive-se uma época de regressão de direitos e destruição do legado de conquistas históricas dos trabalhadores em nome da defesa, quase religiosa, do mercado e do capital, cujo reino se pretende a personificação da democracia, das liberdades e da civilização”. Diante deste momento histórico contemporâneo a dimensão técnico operativo faz se presente na tentativa de construir caminhos que intensifica-se a investida da "desorganização" coletiva de todos aqueles que, destituídos de propriedade, dependem de um lugar nesse mercado, cada dia mais restrito e seletivo. Assim a Gestão 2011/2012 inova, embasado no conjunto CFESS-CRESS com a Política Nacional de Comunicação do Serviço Social. Conforme define a diretoria do CFESS na apresentação do documento, a Política Nacional de Comunicação constitui "mais um instrumento político destinado a fortalecer e potencializar a produção e a socialização de informação entre os CRESS e o CFESS e destes com a categoria e com a sociedade, na direção de reafirmar o Projeto Ético-político profissional".
Assim o Nupss em suas funções de organizar a categoria profissional; de acordo com o Estatuto do NUPSS em relação às várias finalidades descritas em seu capítulo ll artigo 2º; citamos o parágrafo lll que assim é descrito: Promover cursos, palestras, seminários, simpósios e outros eventos que visem o aperfeiçoamento do profissional de Serviço Social e de áreas afins; institui este Espaço Profissional (Blog: nupss.blogspot.com) como uma ferramenta de visualização, promoção, discussão e aperfeiçoamento profissional.
Contamos com sua participação neste Espaço Profissional para: divulgar o blog, participar interagindo no blog, seguindo e fazendo seguidores para o blog: nupss.blogspot.com. Este Espaço Profissional é seu! Assim faça dele a janela fundamental para divulgação das ações políticas e dos posicionamentos da categoria profissional, do NUPSS do CFESS e do CRESS, contribuindo, assim, para o fortalecimento da relação entre os/as profissionais e suas entidades.

Atenciosamente: Pedro Miguel (Assistente Social - Registro no  Cress nº 5553)   
contato:  49 9950-6977 / 32248443 – pmmjr12003@yahoo.com.br