(evento ocorrido na pós graduação em Serviço Social e Políticas Públicas pela UNC)
Professora Edinaura Lusa
Pós Graduando: Pedro Miguel Muniz Junior
Reflexão de
intervenção:
Descrever estratégias e posicionamentos necessários ao exercício
profissional do Serviço Social frente às contradições que perpassam os campos
de trabalho e o contexto contemporâneo.
Descrição:
As estratégias e
posicionamentos do profissional de Serviço Social devem estar articulados com
sua realidade. É necessária uma aproximação desta realidade. A categoria contradição faz parte desta apreensão desta
aproximação com a realidade. Na práxis filosófica da intervenção profissional, utilizando-se
da categoria contradição, se encontram também as categorias que devem fazer
parte deste tripé de categorias de análise e exposição: as categorias
totalidade e mediação.
A partir desta
apreensão e utilização categorial, no campo de trabalho do profissional de
Serviço Social no seu espaço sócio-ocupacional, o profissional deverá perpassar
para uma apreensão maior: [1]leitura de mundo. A leitura de mundo é a
práxis filosófica de perpassar a apreensão da contradição para a compreensão da
totalidade a partir do movimento da parte para o todo, utilizando se do método
dialético crítico no processo de aproximação com a realidade.
O contexto contemporâneo é percebido
na prática: relação entre sujeito, território, trabalho. A constituição da subjetividade
do sujeito se constrói a partir da relação do modo de produção onde este sujeito
se insere neste processo: sujeito e trabalho. A subjetividade, deste ser social
é mediada pela relação social neste espaço territorial onde este ser produzirá
relações sociais com outros seres constituindo se neste processo as relações
sociais – estrutura social.
A crítica
dialética nesta percepção entre subjetividade e estrutura social no momento
contemporâneo do modo de produção capitalista, institucionalizado em um espaço
território definido e condicionado por estatutos, contratos e leis deve
preocupar-se em desmascarar o fetiche – pseudoconcreticidade - onde este ser
subjetivo, preocupado com seu cotidiano existencial passa para um outro estágio
cooperativo competitivo, homo economicus, onde o sujeito social transforma-se
em um indivíduo tomizado. A relação entre trabalho e sujeito condicionado por
uma estrutura determinada para a acumulação de mais valia e trabalho alienado,
bem como para reproduzir valores que mistifiquem o objeto, fazendo deste objeto
um bem fetichizado; também reproduz um indivíduo fechizado: tomização do
indivíduo. Este processo deve ser utilizado na percepção no exercício
profissional e no processo de leitura de mundo, na aproximação da realidade,
pelo profissional de Serviço Social em sua análise crítica dialética
apresentada a partir da demanda em seu espaço sócio ocupacional. Já que a questão
social ou políticas sociais é seu processo e objeto de trabalho.
Esta definição ou apreensão da
reprodução do modo de produção deve ser entendida para que possamos construir
estratégias e nos posicionar se (posição política), diante da realidade em
nosso espaço sócio ocupacional bem como do momento contemporâneo. Para que
possamos utilizar se de estratégias devemos definir algumas táticas de
posicionamento. A tática que devemos exercitar em nosso cotidiano sócio ocupacional
é a utilização da categoria mediação. É neste espaço sócio ocupacional que o
profissional utiliza estratégias para: apaziguamento ou emancipação dos
indivíduos ou sujeitos sociais. A categoria mediação, sendo sucinto na
descrição, é apreendida como mediação da contradição e totalidade no processo
de estruturação social em seu contínuo movimento. Podendo ser utilizada como
vínculo institucional de garantia de direitos e emancipação, bem como pode ser
utilizado como cooptação ou tutela institucional.
Como sugestão de
estratégias sócio ocupacionais no exercício profissional do Serviço Social gostaria
de descrever alguns apontamentos de forma sucinta e simples, utilizando de
forma modesta de táticas e estratégias:
a)
Tático: Forma que a estratégia é utilizada. Poderíamos
descrever como metodologia da ação ou intervenção no exercício ocupacional.
b)
Estratégia: Utilização de arcabouço teórico na
elaboração de métodos de intervenção do Serviço Social no exercício
profissional.
c)
Exemplos: utilização de metodologias (táticas) que
possibilitem a família e crianças construírem caminhos de garantia de direitos
e economia solidária: espaços de convívio que potencialize o convívio familiar e
acessibilidade em creches e emancipação econômica.
Estratégia: Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de 0 a 06
anos utilizando se de arcabouço teórico da Saúde, Economia, Psicologia, Serviço
Social (políticas e programas: das cidades sustentáveis, Habitação, Conselhos,
Brasil Carinhoso, Cadastro Único, Serviços, e outros)
d)
Exemplos: utilização de metodologias que possibilitem crianças
e adolescentes construir caminhos de identidade: espaços de convívio que
potencialize a inovação e criatividade. Estratégia: Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos de 07 a 14 anos utilizando se de arcabouço teórico da psicologia,
antropologia, filosofia, Serviço Social (políticas: de mobilidade urbana,
agricultura, cultura e lazer, esporte, trabalho, juventude e outras)
e)
Exemplos: utilização de metodologias que possibilitem a
construção de caminhos de identidade territorial: espaços de convívio que
potencialize a Mobilidade Urbana e Rural e a Cidadania Eco-Humana-Comum.
Estratégia: Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos utilizando
se de arcabouço teórico da antropologia, filosofia, Economia, Serviço Social (políticas
e programas: de desenvolvimento sustentável, trabalho, cidadania, lazer e
cultura e outras)
f)
Exemplos: utilização de metodologias que possibilitem a
construção de caminhos de Convivência Eco-Humana: espaços de convívio que
potencialize a consciência da Cidadania Eco-Humana-Comum.
Estratégia: Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos utilizando
se de arcabouço teórico da, Antropologia, Filosofia, Economia, Religião, Serviço
Social (políticas e programas: Diversidade Cultural, Cidade Sustentáveis e
outras)
Estas são
maneiras simples e modestas de criar – utopias – de mundos possíveis, em meio às
contradições do cotidiano das preocupações, utilizando se estratégias que
proporcionem mais censo coletivo crítico e criativo, potencializando a inovação
e enriquecimento cultural, espiritual e político no exercício profissional.
Avaliação do Seminário Temático:
Gostaria de
parabenizar a professora Edinaura Luza. Lembrando Gramsci: a formação
intelectual orgânica tem na direção moral e intelectual a base para o salto da
percepção da luta de classe. O Seminário possibilitou este salto intelectual
orgânico utilizando- se de “estratégias” motivacional e aprofundamento teórico.
Parabéns.
[1] Estratégia
desenvolvida no CRAS com utilização do método Paulo Freire: leitura de mundo,
temas geradores e problematização. (Ver) Disponível no blog: nupss.blogspot.com.
br
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