Por *Pedro Miguel Muniz Junior
O
objetivo de descrever estas linhas, embasados no referencial teórico marxiano e
na reflexão da obra da Assistente social, mestre e doutora em Serviço Social
pela PUC-SP, Professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Yolanda Guerra (2000); é o de refletir sobre a
instrumentalidade no exercício profissional do assistente social como uma
propriedade ou um determinado modo de ser que a profissão adquire no interior
das relações sociais, no confronto entre as condições objetivas e subjetivas do
exercício profissional.
O
trabalho profissional do assistente social – em seus fundamentos e
instrumentalidades – deve exercitar em seu espaço ocupacional ações de potencia
junto aos seus usuários – sujeitos sociais. O aprofundamento
teórico-metodológico, ético político, técnico-operativo devem ser referencias
para as “metas” “efetividades” que devam
ser “alcançadas”.
Para
clarear o entendimento desta reflexão devemos fazer um recorte de onde, como, quando e porque destas
linhas.
O
recorte de onde queremos “investigar” o Trabalho profissional do assistente
social – fundamentos e instrumentalidade é nos Centro de Referência de
Assistência Social – CRAS - localizado no município de
Lages, Estado de Santa Catarina – Brasil. É necessária esta localização para
uma compreensão da totalidade que as políticas públicas devam direcionar seus
esforços na construção de “metas sociais” que o Estado – que é o co-financiador
destas políticas – quer alcançar. Para que ocorra a efetividade destas
políticas é necessário o profissional na elaboração, organização, implantação,
execução, avaliação e monitoramento, destas.
O
assistente social é “encarregado” de executar estas ações que o Estado
brasileiro direciona, embasados na sua competência profissional adquirida na
formação acadêmica, o profissional de Serviço Social vai operacionalizando
estes direcionamentos. Observando que para entendimento da complexidade
envolvido nos complexos que a totalidade nos apresenta devemos fazer a
pergunta, como, entender a realidade
em seu movimento constante de suas partes – a totalidade, a contradição e a
medição – são categorias que devemos abstrair para que possamos nos aproximar
da ontologia do ser social problematizada pela Questão Social. O como, fazer o
trabalho profissional, embasado em um Projeto Ético Político que direciona o rompimento
desta questão social devam ser o caminho que devemos buscar em nosso exercício
profissional. Assim a construção de metodologias transformadoras na busca
constante da aproximação da realidade é o caminho para concretizar o como fazer
nosso trabalho. Como trabalhadores sociais, na relação entre: trabalho –
objetos e sujeitos sociais devem compreender o processo de
pseudoconcreticidade, conforme o pensamento de Karel Kosik (1976), nesta relação de mascaramento da
realidade social.
O
quando que devemos buscar como meta
neste exercício profissional do assistente social é o processo histórico. A
dialética como processo instrumental didático informativo ou segundo o
pensamento de Guerra (2000) “A instrumentalidade, como uma propriedade
sócio-histórica da profissão, por possibilitar o atendimento das demandas e o
alcance de objetivos (profissionais e sociais) constitui-se numa condição
concreta de reconhecimento social da profissão” (p. 02).
Assim
o quando se torna “salto histórico”,
rompimento do “fazendo e apreendendo” - pensamento a tendência positivista que
racionaliza as atividades no processo ontológico do ser social, tornando estas
relações históricas abstratas e funcionais.
O assistente social apropriando-se da Razão Dialética aprofunda o conhecimento
da realidade, aproximando-se deste processo histórico, entre sujeito-trabalho e
ser social. Concretizando as relações tornando às concretas e históricas,
desmistifica os objetos e a tomização do indivíduo. A pesquisa no exercício
sócio - ocupacional deve ser um indicativo do quando.
Finalmente
o porquê é o entendimento dialético
concreto da realidade que o trabalho profissional do assistente social – em
seus fundamentos e instrumentalidade – deva apoderar-se nesta constituição
metodológica do Projeto Ético-Político da Profissão. Este Projeto é embasamento
concreto – é razão dialética – no processo profissional. Inovar instrumentos de
investigação e pesquisa deve ser razões de aprofundamento teórico metodológico
na operacionalidade em espaços sócio ocupacional do profissional de Serviço
Social. Embasados na competência adquirida na formação e tendo como sentido
profissional o porquê como processo
histórico dialético na perspectiva de inovar os instrumentos técnicos e
instrumentaliza-los. Constituir a competência no exercício profissional em capacidade
reflexiva, fundamentado o entendimento da Razão Dialética adquirida no
exercício profissional, é processo formativo que os assistentes sociais
poderão; modificar, transformar, alterar as condições objetivas e subjetivas das
relações interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade
social: no nível do cotidiano.
Assim
estendemos a Razão Dialética (substantiva e emancipatória) no mais alto nível
de razão da essência dos fenômenos sociais: critico e emancipatório.
Incorporando a contradição, o movimento, a negatividade, a totalidade, as
mediações. Rompendo a Razão Instrumental limitada na operação formal-abstrata nas
práticas instrumentais manipuladoras do cotidiano, fragmentadas no
funcionalismo da ordem burguesa positivista.
A
reconstrução desta lógica pela via do pensamento dialético histórico
materialista constitui se em instrumentos substantivos: potencia do ser social
no processo de reconhecimento coletivo de classe em si. O trabalho profissional
do assistente social em seus fundamentos e instrumentalidade se instituí, não
apenas na execução de encaminhamentos de serviços e benefícios; mas na
apropriação da investigação e pesquisa participativa elaborada pelo assistente
social em seu exercício profissional.
*Assistente Social - membro do NUPSS.
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